200 bombeiros querem sair da Função Pública para emigrar
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Perto de 200 bombeiros
profissionais manifestaram intenção de se desvincular da função pública para
emigrar, devido a dificuldades económicas, disse hoje à agência Lusa o
presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP).
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Fernando Curto adiantou que, entre 150 a 200 bombeiros, pediram
ajuda a ANBP para se desvincular da função pública para irem trabalhar para o
estrangeiro, uma vez que muitos viram o vencimento reduzido em cerca de 200
euros, além da falta de emprego do cônjuge.
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Segundo o presidente da ANBP, em alguns casos, os bombeiros
profissionais viram o seu rendimento mensal passar dos 750 para os 570 euros, o
que contribuiu para a perda de habitações por falta de pagamento e o
incumprimento em encargos com a creche dos filhos.
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Fernando Curto manifestou-se preocupado com esta situação, que
considerou grave, tendo em conta que são bombeiros com mais dez anos de serviço
e com formação.
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A esta intenção de emigrar dos bombeiros profissionais junta-se
a «falta de efectivos das corporações», estimada em cerca de 1.500, e da
«sobrecarga de trabalho a que estão sujeitos, sem que lhes sejam pagas centenas
de horas extraordinárias».
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De acordo com o também presidente do Sindicato Nacional de
Bombeiros Profissionais (SNBP), apenas são pagas 60 por cento das horas
extraordinárias
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Nesse sentido, os bombeiros profissionais exigem um regime de
excepção para novas admissões e progressões nas carreiras, idêntico ao da PSP,
e uma regulamentação do horário de trabalho, como aconteceu com os médicos.
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Fernando Curto adiantou que o trabalho dos bombeiros
profissionais é idêntico aos dos médicos, pelo que exigem a indexação das horas
extraordinárias ao vencimento base e uma revisão do horário de trabalho
semanal.
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Para exigir uma resposta às reivindicações apresentadas, a ANBP
e o SNBP têm marcado uma manifestação nacional para 20 de Novembro, entre o
Terreiro do Paço e a Assembleia da República.
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A ANBP e SNBP têm também convocada uma greve de bombeiros profissionais
em todo o país para 27 de Novembro, além de já terem apelados aos associado
para se juntarem à greve geral de 14 de Novembro.
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Fernando Curto disse ainda à Lusa que a greve de 27 de Novembro
poderá ser desconvocada, caso o Ministério da Administração Interna responda às
reivindicações.
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Em Portugal existem cerca de nove mil bombeiros profissionais
entre sapadores, municipais, 'canarinhos' e funcionários dos bombeiros
voluntários.
Fonte: Lusa/SOL
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