terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sonho americano atraiu mais de 800 portugueses no ano passado.

Sonho americano atraiu mais de 800 portugueses no ano passado. Um em cada três luso-americanos vota em Obama
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O número de emigrantes para os EUA aumentou 8,7% em 2011, mas este mercado está longe de ser o destino atraente que foi nos anos 70.
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Com Portugal afectado por uma crise que já levou a taxa de desemprego a atingir os 15,9%, o número de portugueses que tentam escapar à má situação económica, procurando trabalho no estrangeiro, está a atingir números recorde. Só no ano passado saíram do país mais de 100 mil pessoas. E entre os destinos preferidos estão os EUA.
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Segundo os dados oficiais do Departamento de Estado norte-americano, 821 cidadãos nacionais obtiveram vistos de residência permanente no país em 2011, um aumento de 8,7% face ao ano anterior. Apesar desta subida, porém, os valores registados nos EUA estão muito longe da média anual de 2.549 vistos emitidos nos anos 90, para não falar do recorde de mais de dez mil vistos por ano registado durante a década de 70.
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"A imigração de portugueses para os EUA registou uma forte subida nos anos 60 e 70, mas tem vindo a recuar consistentemente desde então. Só começou a aumentar ligeiramente por volta de 2008, mas não a ponto de chegar sequer aos valores de 2005 ou 2006", notam as autoridades norte-americanas. Em contraste, o Brasil recebeu cerca de metade da emigração lusitana do ano passado.
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Para Fernando Gomes, presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, o motivo pelo qual os EUA não receberam mais emigrantes portugueses em 2011 ficou a dever-se ao facto de, a partir de Março desse ano, a embaixada norte-americana em Lisboa e o consulado em Ponta Delgada terem deixado de emitir vistos de imigração para os EUA, passando os portugueses que desejem trabalhar neste país a ser obrigados a deslocarem-se à embaixada americana em Paris para obter esta permissão.
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A medida "é uma forma de dificultar" as entradas no país, tendo em conta a grave situação económica existente em Portugal, admitiu Fernando Gomes em declarações à Lusa.
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Luso-americanos têm uma forte simpatia para com o Partido Democrático
O receio de Washington de que a crise pudesse levar a uma fuga em massa de portugueses para a América é confirmada por Francisco Semião, presidente executivo da Organização Nacional de Luso-Americanos (NOPA), com sede no Estado da Virginia. Admitindo estar mais à vontade a falar inglês do que português, este responsável adianta ao Económico que, "durante as conversas com altos responsáveis federais" percebeu "que existe a preocupação dos portugueses estarem a deixar o país em grandes números". Este temor também pode ter raízes políticas, já que tanto os emigrantes portugueses como os seus descendentes se interessam profundamente pela política americana.
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"Não existimos num vácuo. Estamos atentos ao que nos rodeia", explica Francisco Semião, sublinhando que a comunidade tem uma forte simpatia para com o Partido Democrático. "Numa margem de cerca de três para um, os luso-americanos pendem para Obama", diz o responsável, precisando que, para os luso-americanos "a saúde é um assunto muito importante", estando as opiniões divididas sobre a reforma da Saúde efectuada pelo presidente.
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Congressistas luso-americanos juntam forças
Desde Fevereiro de 2011, graças aos esforços dos congressistas Jim Costa e Dennis Cardozo, foi reconstituído o ‘Caucus' congressional luso-americano. Esta associação de altos políticos norte-americanos, que tem como objectivo defender os interesses da comunidade luso-americana e promover as boas relações entre Portugal e os EUA, é já um dos agrupamentos étnicos mais importantes de Washington. Actualmente com mais de 20 membros activos, incluindo nomes como os representante Barney Frank e Jim McGovern. Esmagadoramente democrata, o ‘Caucus' está a tentar recrutar congressistas entre os republicanos, desejando em particular a adesão do representante Devin Nunes.
Fonte: Económico

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